Apenas deitada a olhar para a parede, almoçar a observar o horizonte e tomar banho com água a correr em mim, tenho o tempo do dia para me observar interiormente. Fico com tempo para perguntar, Catarina como é que estás?
Respondo 'está tudo otimo' quando me perguntam se está tudo bem porque sei que poucas pessoas realmente querem saber como estou, apenas querem ter chance de contar como estão esperando que eu pergunte de volta ou apenas perguntam por mera cortesia porque apenas dizer Olá fica pequena a conversa de passagem.
A verdade é que não sei como estou, não quero que interpretem isto como forma de tristeza, porque nem isso consigo sentir.
A sensação de desilusão em relação a mim ou aos outros só aparece se eu tirar os pés da terra e criar expetativas sou 'melhor' ou 'tenho um papel maior'. Se há coisa que eu tento na vida é Catarina não vás por aí que vai dar porcaria.
Eu não fui educada a pedir desculpa. Em tempos eu não era capaz de o fazer. Fui educada a ter atitudes que reconforte ou ajude a pessoa a perceber que estou arrependida e quero que tudo volte ao que estava dantes. Por isso quando uma pessoa me magoou eu não espero que ela me peça desculpa. Reflito até que ponto a pessoa podia ter uma atitude de outra maneira, e as circunstancias que a levaram a ser assim. Fico comigo, e apenas quando perdoei, volto a falar. Não consigo falar bem com uma pessoa enquanto não me passar a neura.
Consigo passar bastante tempo sozinha, as vezes esqueço-me que tenho amigos que preciso de estar com eles para fortalecer os laços. Não é por mal, no tom de brincadeira digo que se querem falar comigo não podem esperar que seja eu a primeira a falar. Mais facilmente falo contigo na rua do que pela Internet ou mensagem no telemóvel. Se passarem por mim na rua, ou me convidarem para algum encontro/passeio e forem a mesma pessoa comigo, nada vai mudar e eu vou ser a mesma pessoa que sempre fui contigo.
Sou a Catarina, a miúda que com 10 anos sonhava ser juíza e tornou-se juíza de si própria.
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