Quero escrever, juro que quero, mas ando com uma crise de pensamentos. Antigamente o meu cérebro antes de adormecer fazia planos bem delineados para a vida em geral do dia seguinte. Paixões, amores, olhares ao passar nos corredores da escola, conversas e discussões. Frases estruturadas que depois não era usadas. Agora chego ao final do dia e penso na hora do despertador que tenho que colocar para o dia seguinte. É como se essa criatividade de viver no imaginário desaparecesse.
As coisas não têm sido fáceis. Dou por mim numa aula a desenhar por a professora tocar num tema familiar que para mim me faz refletir e não estar atenta ao que ela diz e no fim colocar os auscultadores nos ouvidos e apenas andar. Espalhar pensamentos, sem pensar, sem criar diálogos ou monólogos programados. Continuo a viver, a sorrir, a rir-me das piadas que os meus amigos fazem com toda a sinceridade, mas ao final do dia, quando estou sozinha volto a parte da realidade um pouco mais dura e fico em modo pi, perguntando-me como é que tenho tanta oscilações de humor. Acho que as pessoas me fazem não relembrar e isso é bom. Tenho vindo a perceber que devo mostrar o que sinto, apesar de muitas pessoas não notarem porque vão ocupadas ou são pouco observadoras, é muito melhor quando estou triste não o esconder, do que colocar um sorriso na cara com uma dor no peito. Quando é para chorar, chorasse. Quando é para rir, rio. Assim fico bem.
Este mês tem sido assim, dar o melhor de mim aos outros e quando me sinto um pouco mais fraca deixar cair uma lágrima e desabafar. Se não tivesse dias maus, não sabia dar valor aos bons.
Achava eu ser uma pessoa sem sentimentos.
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